A presença dos idosos em atividades em grupos contribui satisfatoriamente para melhoria da autoestima e da autonomia. Participação social é um importante indicador do bem-estar do idoso.
Com o aumento da expectativa de vida, o mundo observa a formação de um exército de solitários. Embora esse sentimento possa atingir pessoas de qualquer idade, o idoso é o mais afetado. Nessa fase da vida, o idoso se depara com situações delicadas, como a perda ou o afastamento de pessoas queridas, doenças, aposentadoria, perda do corpo jovem e da independência, entre outros. Esse é um período de muitas transformações, marcado especificamente por várias perdas. O sentimento de solidão pode ser percebido como mais agudo pelo idoso por ele estar passando por todas as transformações dessa fase.
Nos últimos anos, diversos estudos têm apontado uma forte associação entre a solidão e a incidência de doenças crônicas em idosos. De fato, pesquisadores descobriram que o isolamento aumenta em 29% o risco de doenças coronarianas e em 32% o de acidentes vasculares, além de aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas.
Para a médica gerontóloga Zaida Azeredo, autora de diversos livros e pesquisas sobre idosos, é urgente investir em espaços de lazer e de interação social, além de planos educativos de longo prazo. “Esses são fatores preventivos da solidão”, afirma.
As mudanças nas configurações familiares brasileiras — baixo índice de natalidade e inserção da mulher no mercado de trabalho — deixam cada vez menos espaço para a tradição de os pais serem cuidados pela família na velhice, e levando as pessoas a procurarem moradias alternativas para esta fase.
A experiência de viver em um residencial sênior, porém, não precisa ser negativa. Deve-se esquecer o estigma de “asilo”. Atualmente há no mercado um novo conceito em residenciais para idosos, que oferecem mais do que uma simples moradia, mas uma rotina diária ativa e cuidados constantes. Em muitos casos, a mudança de endereço devolve a alegria ao idoso, pois eles se sentem menos isolados, têm amizades, interagem com pessoas da mesma idade, alimentam-se adequadamente, mantem sua individualidade, além de estarem em ambientes seguros e com acompanhamento de uma equipe multiprofissional.
Um importante indicador para o bem-estar do idoso é a participação social. A presença dele em atividades em grupos contribui satisfatoriamente para melhoria da autoestima e da autonomia. O idoso não é um ser apenas passivo. Ele tem potencial para realizar diversas atividades e necessita de incentivo e respeito para vivenciar um envelhecimento feliz e saudável.